sábado, 6 de dezembro de 2014

Sóbria e nua


Sabe estes seus prazeres habituais próprios das noites de sextas-feiras ou sábados quentes? Eu jamais poderia acompanhar, porque ainda que eu pareça ser esse poço de profanidade, em relação a você, estou a um passo de ser canonizada. Para que você tenha ideia, o único álcool que permiti adentrar à minha corrente sanguínea foi o do vinho da santa ceia nos tempos em que eu ocupava o banco do templo, sonhava em chegar ao altar trajando, merecidamente,  o vestido branco e o longo véu marcador social de pureza e castidade. Eu disse bem: social. Debaixo dos panos desta vida e também desta veste de noiva, o que de fato ocorre só o corpo que os ocupam  e o corpo que faz a invasão sabem. Segredo. Toda moça é pura  até que dela surja uma outra vida. Alarde.
Mas eu não bebo e nem me visto. Estou sóbria e nua na vida. 

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